quarta-feira, 11 de julho de 2012

Aprofundando-se na Bíblia (Indicação)

 Você já pensou, ou suscitou a ideia de fazer um curso de aprofundamento bíblico? Já pensou que você que está a frente de um grupo de professores(as) de escola dominical, de jovens, de casais, de estudo bíblico, de célula, ou tantos outros, você pode estar falhando no que diz respeito a conhecimento bíblico? Se você não pensou nisso seria muito interessante começar a se preocupar, pois, você pode estar acomodado! Hoje tenho duas indicações pra você que pretende ou que quer ser edificado. Tratam-se de dois cursos oferecidos pela Faculdade Luterana de Teologia - FLT.
 Para aqueles que pretendem ter um aprofundamento mais dinâmico, com disciplinas que enfocam o dia a dia de um grupo de jovens e de tantos outros grupo segue a seguinte indicação:

 Para aqueles que já pensam em uma Graduação (Reconhecida pelo MEC), contudo, com um enfoque bíblico (profundo), conhecimento das línguas originais, conhecimento da história da igreja, conhecimentos bíblicos, metodologia exegética e tantas outras disciplinas segue a seguinte indicação:

 Admito que poderia ser "pagação de pau", mas não é. De fato, os cursos são bons e recomendo que você também venha conferir! Visite o site: http://www.flt.edu.br/

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Blocos Literários do Antigo Testamento #2: Pentateuco

Originalmente quer dizer cinco rolos, os "cinco rolos de Moisés". Tratam-se do padrão normativo para o Povo de Israel (Influência da Septuaginta: nómos). Acreditava-se que, de fato, se tratassem de cinco livros de Moisés. Contudo, conforme a pesquisa progrediu encontraram-se características que faziam parte não de uma única fonte literária, mas de cerca de (no mínimo) quatro fontes literárias. Das mesmas destaca-se o contexto por volta de 950 a.C. no Reino do Sul (+/- 926: Divisão dos reinos), por volta de 800 a.C. no Reino do Norte, por volta de 586 a.C. no Exílio Babilônico e posteriormente a esta data.
 Importante é saber das seguintes datas:
- 926 a.C.: Divisão do Reino
- 722 a.C.: Exílio Assírio - Destruição do Reino do Norte
- 586 a.C.: Exílio Babilônico
- 539 a.C.: Edito de Ciro

Gênesis

 O livro retrata desde a criação até a "novela de José e pode ser esquematizado dividido em duas partes: História dos primórdios (1-11) e História dos Patriarcas (12-50). Contudo, constata-se um fio vermelho que perpassa todo o livro.

Êxodo

 O livro relata desde a libertação do Egito até a construção do tabernáculo e da arca da aliança. Seu centro está em Êx 20, quando Moisés recebe de Deus as Tábuas da Lei no Sinai. 

Levíticos
 O livro relata as leis de ordem sacrificial e social no Povo de Israel. Seu centro está em Lv 16, o dia do perdão (YOM KYPPUR).

Números
 O livro relata a caminhada do povo a partir do Sinai, passando por Cades e Moabe, e termina com a previsão da conquista da terra de Canaã.

Deuteronômio
 Deuteronômio é o quinto livro da Bíblia, vem depois do Livro dos Números e antes do Livro de Josué. Faz parte do Pentateuco, os cinco primeiros livros bíblicos, cuja autoria é, tradicionalmente, atribuída a Moisés. É um dos livros do Antigo Testamento da Bíblia e possui 34 capítulos.
 Contém os discursos de Moisés ao povo, no deserto, durante seu êxodo do Egito à Terra Prometida por Deus. O nome é de origem grega e quer dizer segunda lei ou repetição da lei (Dt 17,18).
 Os discursos contidos nesse livro, em geral, reforçam a idéia de que servir a Deus não é apenas seguir sua lei. Moisés enfatiza a obediência em conseqüência do amor: "Amarás a Iahwé teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e com todo o teu entendimento". Também é enfatizado o "caminho da bênção e da maldição", no qual Deus previne o povo a seguir seus mandamentos, pelos quais o povo ou seria abençoado, ou receberia maldições (porém, caso se arrependesse e voltasse a seguir de coração a Deus, ele se arrependeria e perdoaria o povo).

Quer saber mais?
RÖSEL, Martim. Panorama do Antigo Testamento. São Leopoldo: Sinodal.
RENDTORFF, Rolf. Antigo Testamento: uma introdução. Santo André: Academia Cristã, 2009.
SCHIDT, Werner H. Introdução ao Antigo Testamento. 4. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2009.

domingo, 8 de julho de 2012

Blocos Literários do Novo Testamento #1: Evangelhos



 A palavra “Evangelho” (grego: euanggelion) quer dizer boas novas. Mas, remete-se, especificamente, a uma boa nova, a Boa Nova de Cristo, do Deus que se faz homem e que vem ao mundo para salvar a humanidade perdida.  Em si, a mensagem da Boa Nova de Cristo pode ser sintetizada naquilo que Jo 3.16 afirma, o amor de Deus incondicional pela humanidade caída, a ponto de entregar Jesus para a remissão dos pecados. Mas, não se contém apenas em Jo 3.16, é muito mais do que ali está.
 Cada um dos livros, denominados Evangelho (segundo Mateus, segundo Marcos, segundo Lucas e segundo João) fala de uma maneira especifica sobre Jesus. Cada um desses relatos possui peculiaridades próprias, a serem abordadas a seguir.

 Mateus
 O Evangelho possui 28 capítulos e provavelmente tenha sido escrito por Mateus, o Levi descrito em Mt 9.9-13. Ele é datado por volta do ano 80 d.C. e é escrito para aqueles que eram judeus e que foram convertidos para o cristianismo, eram, portanto, judeu-cristãos.
 Mateus acentua demasiadamente que Jesus era o messias, que ele era o enviado por Deus e prometido no Antigo Testamento. Além de animar aos cristãos dispersos no mundo em que surge o evangelho. Mateus, o cobrador de impostos (coletor), enfatiza quem é esse Jesus, qual o seu “papel” e o que ele fez.
No evangelho podemos constatar a seguinte estrutura:
1 – 2   Infância
3 – 4.11 Introdução
4.12 – 18 Jesus atuando na Galileia
19 – 20 Jesus no caminho para Jerusalém
21 – 25 Jesus atuando em Jerusalém
26 – 28 Paixão e ressurreição
 Salienta-se como chave para o evangelho como um todo os versículos de Mt 28.18-20: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém. ”

Marcos
 Este é o Evangelho mais curto relatado em nossas Bíblias, contendo 16 capítulos. Por causa disso muitos pesquisadores acreditam que ele tenha sido fonte para que os Evangelhos de Mateus e Lucas fossem escritos. Afinal, aquele que contém menos comentários provavelmente seja o mais antigo. Ele é datado por volta do ano 60 a 70 d.C. Ele é escrito, provavelmente, por João Marcos (At 15.37ss), este que era companheiro de viagens de Barnabé.
 Marcos tem peculiaridades próprias, ele fala (e afirma) da vinda do Reino de Deus e da superioridade de Deus sobre as criaturas (inclusive criaturas que poderiam ser vistas como demoníacas). Em suma, constata-se o agir de Deus por meio da pessoa de Jesus de Nazaré. Ele quer comunicar o Cristo que vem ao mundo e que é Deus.
 No evangelho podemos constatar a seguinte estrutura:
1,1-13 Introdução
1.14 – 9 Jesus atuando na Galileia
10 Jesus ao caminho de Jerusalém
11-13 Jesus atuando em Jerusalém
14-16 Paixão e ressurreição
Salientam-se como chave para o evangelho os versículos de Mc 16.15-18: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.”

Lucas
 O evangelho conta com 24 capítulos e provavelmente tenha sido escrito pelo Médico Lucas que acompanhava Paulo (At 16.10-17; 20.5-15; 21.1-18; 27.1-28.16). Ele é datado pouco depois do ano 70 d.C. E é destinado a Teófilo (Lc 1; At 1), é escrito por meio de uma pesquisa apurada, como aponta o próprio autor. Esta pesquisa é feita por meio de testemunhas oculares e ministros da Palavra, como o próprio autor fala (Lc 1. 1-4).
 Lucas compreende Cristo como o centro do tempo (criação-Cristo-morte/ressureição), além de dar demasiada ênfase na história da salvação. Por meio de sua pesquisa apurada Lucas quer apontar quem é esse Cristo e qual o seu papel no decorrer da história, salvar a humanidade.
O evangelho pode ser estruturado da seguinte maneira:
1 – 2 Infância até 12 anos
3 – 4.13 Preliminares
4.14 – 9.50 A obra de Jesus em Galileia
9.51 – 19.44 Ao caminho para Jerusalém
19.45 – 21.38 Em Jerusalém
22 – 24 Paixão e Ressurreição
 O central do evangelho pode ser verificado em Lc 24.49: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.”

João
 O evangelho contém 21 capítulos e é escrito, segundo muitos que se dedicam a pesquisa, pelo “discípulo que Jesus amava”, ou seja, o discípulo João que pergunta em Jo 21.21 “serei eu o traidor?”. O evangelho é datado por volta do ano 100 d.C., sendo o mais tardio a ser compilado.
 João, ao escrever o seu relato sobre a Boa Nova de Cristo já sabe que outros evangelhos foram escritos e possivelmente já os tinha a mão. Contudo, João não segue a mesma “sequencia” que os demais evangelhos, ele diverge em algumas questões com os demais evangelhos. João tem uma linguagem filosófica muito peculiar, ele utiliza termos que na época eram pontualmente utilizados pelos eruditos. Trata-se de um discurso muito bem pensado sobre o agir de Jesus na terra, uma defesa da pessoa de Jesus Cristo.
 O evangelho pode ser sistematizado da seguinte maneira:
1.1-18 Prólogo
1.19-51 Os testemunhos
2-12 A obra pública de Jesus
o 2-4 Jesus vem em sua palavra
o 5-6 Jesus vem em seus milagres
o 7-12 A rejeição pelos judeus
13-17 Os discursos de despedida
18-21 Paixão e ressurreição
 O centro da mensagem de João está em Jo 1.1-5: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava à vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”.

A questão Sinótica
 Constata-se uma nítida correlação entre os evangelhos, sendo que parece que eles falam da mesma coisa, porém com palavras diferentes. De fato, pode-se afirmar isso, cada autor de cada um dos evangelhos relata o agir de Jesus no mundo conforme viu, interpretou, foi informado e orientado pelo Espírito Santo.
 Constata-se que temas trabalhados em Mc são revistos em Mt, Lc e Jo. O mesmo relato pode aparecer, com palavras diferentes nos quatro evangelhos. Ou pode acontecer deque algum relato é encontrado apenas em um dos evangelhos, como é o caso da história de Zaqueu, relatada apenas em Lc 19. Contudo, isso não quer dizer que um evangelho tenha sido mais inspirado que o outro, pelo contrário, isso acontece por que Deus usou homens, que julgaram algo mais importante que outras, que interpretaram de diversas maneiras o que lhes era inspirado.
 Além disso existe uma explicação lógica para essas correlações, a teoria das duas fontes. Marcos seria uma delas, já a outra é conhecida como fonte Q (Alemão: Quelle). Esta segunda fonte perdeu-se com o tempo. Trata-se de uma hipótese em meio a tantas outras, contudo, é a mais aceita atualmente.


Quer saber mais?
http://www.editoraesperanca.com.br/livros/comentarios-esperanca.html








Blocos Literários do Antigo Testamento #1: A profecia na História de Israel




 Para falar em Livros Proféticos, enquanto grupo literário do Antigo Testamento, devemos entender o que há por trás de tal fenômeno. Ou seja, devemos compreender o que foi a profecia em Israel. Se falamos em profecia, geralmente, lembramos de algo para o futuro, algo que é prenunciado para o porvir (Por causa do contexto em que vivemos, no mesmo profecia aplica-se apenas para o futuro). Contudo, profecia, no âmbito do Antigo Testamento, estava ligada, essencialmente, aquilo que estava acontecendo no aqui e agora. O profeta era aquele crítico que iria apontar o problema (Social, relacionado ao culto ou a fé israelita). O profeta era considerado o mensageiro e porta-voz da vontade de Deus, era ele quem denunciava as injustiças. Era o profeta que exigia a mudança e apontava para ação futura de Deus.


 É característica dos Livros Proféticos a seguinte linguagem: “Assim diz o Senhor...” (Is 48.17; Jr 2.5; Ez 11.5; Am 2.6; Na 1.12; Zc 1.4) ou “Ai dos que...” (Is 5.8, 21; 29.15; Jr 22.13; 23.1; Hc 2.12). Cada um dos profetas tem uma mensagem especifica. Contudo, cada um fala da sua situação. O pano de fundo comum para ambos é que Israel tem um único Deus, que é Deus vivo, presente na vida do seu povo. A esse Deus Israel deve obediência total e nesse Deus Israel pode confiar em todas as situações.
 Os Livros Proféticos do Antigo Testamento são formados por textos que nem sempre parecem estar conectados entre si. São pequenos discursos proféticos que são intercalados entre narrativas.

 
Quer saber mais?

SCHÖKEL, L. Alonso; DIAZ, J. L. Sicre. Profetas I: Isaías/Jeremias. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2004.
SCHÖKEL, L. Alonso; DIAZ, J. L. Sicre. Profetas II: Ezequiel/Doze profetas menores/Daniel/Baruc/Carta de Jeremias. São Paulo: Paulus, 1991.
KLEINE, Michael. Antigo Testamento: Manual de estudos. São Leopoldo: Sinodal, 2011. p. 47-63.
SCHMIDT, Werner. Introdução ao Antigo Testamento. 4. ed. São Leopoldo: EST; Sinodal, 2009. p. 167-281.
ZENGER, Erich (org.). Introdução ao Antigo Testamento. Belo Horizonte: Loyola, 2003. p. 367-544.